As invasoras são mais uma consequência da forma descuidada de como se tem tratado a paisagem. De expansão largamente inadvertida, elas são, contudo, consequência inequívoca da ignorante e negligente intervenção humana, que partiu da deslocação, voluntária ou não, dos materiais vegetais entre zonas distintas da Terra, e continuou, frequentemente de forma involuntária, com a fragilização dos habitats, tornando-os susceptíveis à ocupação com essas espécies.
As invasoras são hoje uma ameaça quase global à biodiversidade e aqui, nas montanhas do litoral centro do país, acrescentam-se a uma paisagem vulnerável, já super-artificializada pela destruição da vegetação autóctone e a exploração florestal.
Há invasoras vegetais e animais, mas as vegetais são as que mais impactam a paisagem e maiores problemas de controlo colocam. São espécies agressivas que produzem imensas sementes, crescem vertiginosamente em densas formações, “respondem” à ocorrência do fogo de forma explosiva e, dessa forma, têm um imenso potencial para se substituírem às espécies autóctones, quando ainda existia alguma.
As mais relevantes à escala local são as espécies do género Acacia, Acacia dealbata, mimosa, Acacia longifolia, acácia-de-espigas e Acacia melanoxylon, acácia-austrália, todas oriundas da Austrália. De menor expressão, a Haquea sericea, háquea-picante, e pontuais, a Cortaderia selloana (penachos) e a Tradescantia fluminensis erva-da-fortuna.



