E foi assim: os afazeres da Primavera não deixaram tempo para escrita. mas vamos lá recuperar o ritmo…
Maio: De certo modo. no princípio de Maio a Primavera ainda chegava e no final de Maio já se despedia. Março e Abril tinham sido frios e chuvosos, o que atrasou a rebentação e a floração. Mas no final de Maio já um calor mais próprio do Verão fazia a sua aparição. Maio de 25 foi assim o mais “vertiginoso” dos últimos anos, uma vertigem entre uma Primavera que não tinha pressa de chegar e um Verão que se adiantava. Algumas variedades de macieira não apreciaram a vertigem e vigaram menos bem… As variedades mais susceptíveis ao pedrado sofreram na primeira quinzena, as mais susceptíveis ao escaldão sofreram na segunda…
Princípio de Maio: na encosta, a floração do matagal declinava já; as macieiras estavam em plena floração e os castanheiros ainda não tinham rebentadoMacieira em florSphaerophoria scripta, um sirfídeo duplamente auxiliar: enquanto larva, consome pulgões, enquanto adulto é polinizadorEctophasia crassipennis é uma mosca taquinídea (família Tachinidae) que, como outras da sua família, é uma auxiliar valiosa no seu estado larvar, adulta, é polinizadoraHalictus scabiosae, uma abelha silvestre, aqui numa flor de papoila. É uma polinizadora muito activaO curtidor (Prionus coriarius), pode, pelo contrário, causar danos aos sistemas radiculares de várias árvores, na sua fase larvalJá o Carabus cancellatus é uma carocha que é um valioso auxiliar: captura lagartas, lesmas e pulgões
Junho: Junho de 25 foi o mais quente e seco dos últimos anos. Não choveu e quatro dias aproximaram-se dos 40ºC. Um Verão difícil já se preparava, ainda antes de o Verão astronómico chegar. Plantas e animais tiveram de adaptar-se às mudanças: a superfície do solo secou rapidamente, as plantas anuais apressaram-se a frutificar e as perenes prepararam-se para resistir. As macieiras têm “sorte”: pelo menos a água de rega é abundante. O bichado da fruta vacilou, mas haveria de chegar em força no final de Julho.
Uma aranha-caranguejo-napoleão (aqui é bem visível o chapéu do famoso), escondida numa flor, captura um himenópteroVanessa atalanta, almirante-vermelho-europeuSalgueirinha (Lythrum junceum), na bordadura de um pomar de macieiraMalva arborea, uma planta de porte elevado que faz a sua aparição no Verão (bordadura do pomar)Coenagrion scitulum, fantástica libélula de cor azul, observada numa parcela de pasto para abelhas, junto ao pomar
Julho: Julho não foi de excessos, limitou-se a seguir as “regras” do Verão: pouca chuva, mas ainda assim, mais do que em Junho, e mais três ou quatro dias a roçar os 40º, dois deles com um assustador vento de leste nocturno. A noite de um deles foi, até agora, a única noite tropical local. O bichado da fruta chegou em força no final do mês e a mosca-do-mediterrâneo fez a sua aparição. Ainda assim foi um mês fértil na observação de insectos e flores.
As colheitas começaram com as peras carapinheira, ainda que com duas semanas de atraso em relação ao ano anterior.
Verbascum virgatum, blatária-maior, pomar de citrinosGirassol (cultivado), uma planta do VerãoOnde é que já vimos esta abelha (silvestre)? Agora numa flor de girassolEsta notável Iphiclides feisthamelii (borboleta-zebra) foi observada numa planta de budleia, na bordadura do pomarOutra observação na flor de budleia foi este fantástico insecto, a borboleta-colibri (Hemaris fuciformis)No Verão, a observação deste precioso auxiliar, uma libélula da espécie Orthetrum coerulescens, é habitual, sobretudo da vizinhança dos cursos de águaPode não ser tão atractivo como os anteriores, mas este díptero (Dioctria atricapilla, mosca-salteadora-de-pernas-pretas), aqui observado sobre uma pera carapinheira, é um valioso auxiliar
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