No coração da Primavera – 1

Abril: um dos “ventrículos” do coração da Primavera (ou outro é Maio)! Mês de flores e logo de polinizadores, insectos às vezes tão discretos quanto importantes para uma polinização bem sucedida.
Este ano as macieiras floresceram mais tarde do que nos anteriores: mais para os finais de Abril. O frio e a chuva foram os responsáveis. Mas finalmente, o delicioso espectáculo das árvores revestidas de branco chegou, para ficar por poucas semanas. É então a ocasião de observar os polinizadores nas flores, fundamentais a um bom vingamento: a maioria são abelhas, a seguir os abelhões e finalmente uma diversidade de dípteros e himenópteros, cada um dando a sua contribuição, em troca de um pouco de pólen.

Melittis melissophyllum (betónica-bastarda), uma lamiácea de frondosas flores, apenas encontrada no Pedaço, entre o pomar e a floresta
A bordadura do pomar, no Pedaço. Destaca-se uma giesta (Cytisus scoparius) em plena floração
Outra planta encontrada na testada do Pedaço: arenária-dos-montes (Arenaria montana)
Finalmente, o pomar em flor!
Flor da macieira (detalhe)
O abelhão (Bombus terrestris), um dos principais polinizadores (a seguir às abelhas de mel)
Entre os polinizadores há também que apreciar os dípteros, neste caso uma mosca-drone, um sirfídeo da espécie Eristalis tenax, e um dos mais largamente distribuídos pelo mundo.
Ou este, também um sirfídeo da espécie Helophilus trivittatus
Esta aranha, uma Agalenatea redii, pode não ser tão útil como os polinizadores, mas é uma presença frequente, tanto no pomar como na floresta
A encosta da Lavandeira, com “outras” flores: tojos e carquejas

Infelizmente, a Primavera não chegou a todo o lado, ou melhor, chegou, mas de alguns locais foi agressivamente obliterada: a Junta de Freguesia local, que devia dar um exemplo de cuidado e apreciação, fez exactamente o contrário. Mas vejam: foi numa berma não atingida (abstenho-me de explicar porquê) que encontrei uma flor que, até ao momento, não vi em qualquer outro lugar. Para mostrar que as bermas não são aqueles locais inúteis onde só crescem “infestantes”, para usar um termo “justificativo” invocado por algumas juntas de freguesia por aí.

Entre esta…
… e esta, parece que há quem prefira a primeira.
Na segunda, foi encontrada esta flor (Oenothera rosea), que só por aqui apareceu (e em abundância)

E continuemos a usufruir da Primavera!

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